ATA DA DÉCIMA SÉTIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 24.07.1996.
Aos vinte e
quatro dias do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e seis
reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de
Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clovis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Edi Morelli, Guilherme Barbosa, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Verle, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz
Negrinho, Mário Fraga, Titulares e Milton Zuanazzi e Raul Carrion, Não
Titulares. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos da presente Reunião Ordinária. À MESA foi encaminhado,
pelo Vereador Luiz Negrinho, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE
constaram: Ofícios nos 318/96, do Senhor Prefeito Municipal, 475/96,
do Senador Roberto Freire, 511/96, do Senhor João Jacob Bettoni, 583/96, da
Diretoria da Associação Riograndense de Imprensa, 922, 929, 930, 1124/96, do
Chefe da Casa Civil do Estado, Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho; Fax, do
Senhor Solon Lemos Pinto, Diretor Presidente da Companhia de Processamento de
Dados do Estado, do Senhor Ajax Andrade, do Gabinete da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado, do Senhor Gilberto Mosmann, Secretário
do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Estado. A seguir, o Senhor
Presidente determinou fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da Décima
Quinta e da Décima Sexta Reunião Ordinária, que foram aprovadas. Na ocasião, o
Senhor Presidente apregoou o Ofício no 339/96 do Senhor Prefeito
Municipal solicitando autorização desta Casa para viajar a Buenos Aires no próximo
dia cinco de agosto do corrente ano, às onze horas e cinqüenta minutos e
retornando às dezoito horas e quinze minutos do dia seguinte, onde participará
das solenidades de posse do novo Prefeito daquela cidade, com ônus para o
Município. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Negrinho teceu
considerações sobre as casas de prostituição no centro da Cidade. O Vereador
João Dib comentou a participação da Empresa Guerino e do Departamento Municipal
de Habitação no caso dos moradores do Jardim Leopoldina. O Vereador Luiz Braz
comentou sobre as atividades desenvolvidas pela Administração Municipal
referentes ao Orçamento Participativo e à Secretaria Municipal dos Transportes.
Na ocasião, o Senhor Presidente congratulou-se com o Vereador João Dib pelo
transcurso de seu aniversário. A seguir, constatada a existência de “quorum”,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovada a
Indicação no 45/96. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovada a
Indicação no 47/96. A seguir, o Senhor Presidente convidou os
Senhores Vereadores a fazerem um minuto de silêncio em memória do Senhor
Antônio Mocelin, pai de um assessor do Vereador Mário Fraga, sepultado ontem.
Na ocasião, o Senhor Presidente registrou o transcurso, ontem, do aniversário
do Vereador Lauro Hagemann. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Negrinho teceu
considerações a respeito de episódios da campanha eleitoral envolvendo Sua
Excelência e a Administração Municipal. O Vereador Luiz Braz discorreu sobre a
apresentação de Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias. O Vereador Lauro
Hagemann elogiou a recomposição dos passeios públicos do centro da Cidade de
Administração Municipal. O Vereador João Dib, reportando-se ao pronunciamento
do Vereador Luiz Braz, teceu considerações sobre as dotações orçamentárias a
serem aprovadas por esta Casa para o próximo exercício financeiro do Município.
O Vereador Henrique Fontana, reportando-se aos pronunciamentos de diversos
Vereadores, examinou o desempenho da atual Administração Municipal em diversas
áreas. O Vereador Edi Morelli teceu considerações sobre a realização de obras
em nossa Cidade e sobre as relações entre a Administração Municipal e o
Orçamento Participativo. O Vereador Dilamar Machado falou sobre as condições de
casas noturnas operando irregularmente e em zonas inadequadas sob a fachada de
bares. O Vereador Artur Zanella reportou-se às modificações e ao cumprimento do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre. Às onze horas e trinta
e oito minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli, Luiz Negrinho e Dilamar Machado e
secretariados pelo Vereador Luiz Negrinho. Do que eu, Luiz Negrinho, 3o
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1o Secretário e
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Edi
Morelli): O
Ver. Luiz Negrinho está com a palavra, para Comunicação de Liderança.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Venho a esta tribuna para fazer uma grave denúncia sobre as casas
de prostituição do Centro da Cidade. O Conselho Estadual e as delegacias
especializadas do menor têm feito freqüentes batidas nessas casas noturnas e
têm verificado um número enorme de meninas de 12, 13 anos. O incrível nisso
tudo não é o problema da menina; o problema é que essas casas continuam
funcionando livremente. As delegacias não têm o poder de fechar essas casas.
Quem tem o poder de fechá-las é a SMIC, e não temos nenhuma providência - elas
continuam funcionando livremente numa Cidade em que tudo pode, desde que seja
ilegal. Mas aquele comerciante, microempresário, que tem um estabelecimento na
Av. Bento Gonçalves e quer mudar para 100 metros adiante, ele não consegue
transferir o seu alvará, porque ele quer fazer a coisa legalmente. Nós, aqui,
aprovamos uma lei que estabelece que as funerárias têm que ter, no mínimo, 100m2.
Ótimo! Esse trabalhador não tem 100m2, ele não está dentro da lei;
ele quer se regularizar e alugou um prédio que atenda essa norma de 100m2.
E, por incrível que pareça, estando com os documentos todos legais, há 6 meses
não consegue transferir o seu alvará. Agora, nessas casas de prostituição do
Centro da Cidade, onde se constata diariamente que as meninas estão lá se
prostituindo, as delegacias têm autuado essas casas, mas a Prefeitura,
juntamente com a SMIC, tem se mostrado inoperante, não cassa o alvará. E eles,
ilegalmente, continuam trabalhando. Já disse: tudo que é ilegal pode, nesta
Cidade; tudo que é legal não pode, é dificultado. Hoje à tarde, vou tentar
falar com o Secretário, saber por que esse trabalhador, esse microempresário
não consegue transferir o seu alvará. Ou precisa pagar alguma propina ao fiscal
que já o visitou várias vezes ameaçando fechar o estabelecimento? Nós temos que começar a atuar, cobrar,
porque isso que está acontecendo no Centro da Cidade não pode continuar.
Conversando, ontem, com as delegadas, procurando informações a respeito
de um Pedido de Indicação que fiz ao Governo do Estado, mostraram-me uma
planilha de tudo que está sendo feito no Centro da Cidade, mas, infelizmente, o
Executivo não toma providências no sentido de cassar os alvarás desses
estabelecimentos que estão aí livremente atuando, renovando, e nada é feito.
Trago essa denúncia porque espero que o Executivo tome providências no sentido
de cassar os alvarás desses estabelecimentos que continuam a prostituir as
meninas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Perguntamos aos Srs.
Líderes, se querem fazer uso do tempo de Liderança para não incorrer, mais uma
vez, na solicitação de verificação de quórum.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem): Eu solicitei, na última convocação
extraordinária, uma cópia do pronunciamento do Ver. Artur Zanella à taquigrafia
e até hoje não consegui. Como foi deferido pela Mesa o meu pedido, eu gostaria
que fosse agilizada a obtenção dessa cópia, já corrigida, do pronunciamento do
Ver. Artur Zanella.
O SR. PRESIDENTE: Num momento oportuno
responderemos a sua Questão de Ordem.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, eu já fiz a revisão e já coloquei à disposição, inclusive o RG da
minha carteira, caso o Vereador queira me processar por alguma coisa. Eu
gostaria, também, de obter o discurso do Ver. Raul Carrion em que ele diz que
as pessoas que moram perto da Carlos Gomes são ladras.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Superfaturamento é uma palavra muito usada, especialmente pelo
Partido dos Trabalhadores, quando se refere a obras de outros governos que não
seja o deles. Mas no caso da compra pelo Departamento Municipal de Habitação da
Empresa Guerino, houve um superfaturamento que tem que ser elucidado. Sob
pressão, sob comoção, sob emoção, não se devem fazer leis. Eu acho, até, que o
Executivo preparou o ambiente. Até não sei se não forçou aquela invasão para
que a Brigada Militar reagisse e nós tivéssemos, então, emocionados,
pressionados, que receber um Projeto de Lei no dia 24 de agosto e aprová-lo no
dia 02 de setembro, sem uma análise maior, mas, principalmente, o Executivo
pecou gravemente quando mandou o Projeto de Lei à Câmara Municipal sem a
audiência do Conselho Deliberativo do DEMHAB. E Conselho Deliberativo, a
palavra diz, delibera, e este mesmo Conselho não tomou conhecimento nem se
fazendo o pedido para isto. Por muito tempo o Dr. Corbellini se escondeu e não
deu informações ao Conselho Deliberativo. Fiz um Pedido de Informações, o
Prefeito, gentilmente, respondeu, dando aprovação à Lei, portanto, não havia
necessidade de audiência do Conselho Deliberativo. Mas não sabe o Prefeito que,
para mandar esta Lei à Câmara, ele tinha que ter a aprovação do Conselho
Deliberativo? E, esta Casa não podia imaginar que o Prefeito não tivesse
cumprido a Lei, já que ele jurou cumpri-la. É um caso sério, as edificações que
hoje se constróem na Cidade, com elevadores, com mármore, com granito e luz,
chegam a 1,2 CUB o m2; agora, a Prefeitura, para ajudar a
Construtora Guerino, ou para ajudar o PT, ou para ajudar não sei quem, pagou
1,2 CUB por uma obra incompleta, que a própria lei assim afirma, não sou eu que
digo: “O DEMHAB terá o ‘habite-se’ das unidades adquiridas no estado em que se
encontram, a fim de viabilizar a imediata comercialização dos imóveis ou
ocupação consolidada”. Sr Presidente, Srs. Vereadores, se fosse de outro
Governo que não o Partido dos Trabalhadores, este mesmo Partido estaria dizendo
que é vigarice, corrupção, superfaturamento, que estão ajudando os banqueiros!
Agora, a Construtora Guerino estava falida, sentaram-se à mesa o DEMHAB e a
Construtora, ajudaram todo mundo, menos os moradores do Jardim Leopoldina. Para
que as coisas se esclareçam devidamente, nada melhor do que levar ao Tribunal
de Contas, e eu estou fazendo isto através de um expediente, pedindo que seja
analisada essa compra estranha que, no mínimo, desrespeitou a Lei Orgânica e a
Lei que criou o DEMHAB. E também, no mínimo, pagou o dobro do que valia. Qual o
interesse do Partido dos Trabalhadores, já que eles trabalham sempre com
comissão? Os Vereadores e Vereadoras têm que dar 30%, os Cargos em Comissão
também; todos têm que dar porcentagem, quem sabe aqui houve o mesmo? É
importante que se saiba, porque eles fazem da lei o que eles querem. Fizeram o
Projeto Renascença, que é uma aberração. Todos os moradores da Avenida
Ipiranga, quando constróem são obrigados a recuar, está no Plano Diretor.
Agora, a Prefeitura faz, não só no alinhamento, mas em cima do alinhamento,
diminuindo a calçada. Na Av. Ipiranga ficou bonito; atrás é um horror. As
pessoas passam ali e dizem: “Que administração maravilhosa!” Que administração
safada! O Plano Diretor é importante, regula o crescimento da Cidade; a Av.
Ipiranga é regulada pela amizade com o rei. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Comunicamos aos Vereadores
Artur Zanella e Raul Carrion, que estamos providenciando as cópias dos
pronunciamentos solicitados.
Com a palavra o Ver. Luiz Braz em Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, existe um Projeto da Prefeitura Municipal que não é discutido nesta
Casa; Projeto que se intitula “Ruas de Lazer”. A comunidade quando quer que uma
rua seja fechada nos finais de semana, ou em feriados, faz um comunicado à SMT,
que providencia a entrega daquele trecho para que a comunidade realize
atividades de lazer. Só que, moradores da Av. Outeiro, há algum tempo,
reivindicam à Prefeitura Municipal o não-fechamento da sua avenida nos finais
de semana e feriados para ser rua de lazer. A Prefeitura faz ouvidos moucos.
Essa comunidade veio a este Vereador e solicitou que eu interceda junto
à Prefeitura Municipal no sentido de que essa avenida não seja mais fechada.
Fui à SMT e recebi a informação de que teria de ser preenchido um formulário na
SMT, para que aquela rua fechada não fosse mais liberada para ser rua de lazer.
Eu aceitei e mandei que alguém fosse até a SMT para apanhar o tal formulário,
mas ao chegar lá, a informação foi a de que não era mais o formulário, que este
Vereador deveria entrar aqui na Câmara com um Pedido de Providências, que,
sabemos, não resolve absolutamente nada, porque o PT não é democrático. Então,
pediram que este Vereador entrasse com o referido Pedido, para que a
Prefeitura, através da SMT, providenciasse a oitiva da comunidade, a fim de que
aquela comunidade pudesse dizer se queria uma rua de lazer ou não. Eu apelei,
ainda, para o pessoal da SMT, dizendo: “quem sabe eu vou até a Av. Outeiro e
faço um abaixo-assinado para que as pessoas assinem os seus nomes, dizendo que
não querem mais que a Av. Outeiro seja transformada em rua de lazer?” A
informação que recebi é a de que isso não adiantaria nada, porque para a
Prefeitura Municipal, abaixo-assinados não têm valor.
Realmente, estamos mexendo com pessoas que detestam a democracia,
apenas tentam iludir e enganar pessoas, vêm enganando a população de Porto
Alegre, há oito anos. Espero que essa ilusão, que está sendo realizada através
de uma carga publicitária muito grande, pare de acontecer a partir de agora.
Sei que é uma batalha difícil em que todos os partidos estão envolvidos, mas
acredito que estamos praticamente determinando o fim do comunismo em nossa
Cidade. Vivemos quase que num regime comunista em que um Partido manda e
desmanda, e a Câmara Municipal não tem a mínima ingerência. Tentam, cada vez
mais, fazer com que a Câmara Municipal seja menosprezada pela população. Essa
ação é consolidada, através do tal de Orçamento Participativo, que faz com que
o Executivo possa fazer as suas coisas ao seu bel-prazer, referendado por 14
mil pessoas do Orçamento Participativo, e relegando ao abandono o restante da
população.
É assim que está acontecendo com os moradores da Av. Outeiro, pessoas
que não querem que a sua avenida seja fechada para rua de lazer, mas,
teimosamente, a Prefeitura coloca-os na posição de, obrigatoriamente, aceitar
que outras pessoas invadam os seus lares, invadam a frente das suas casas nos
finais de semana e nos feriados. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador)
O SR. DILAMAR MACHADO
(Questão de Ordem): Queria , em meu nome e em nome da Casa, prestar a nossa homenagem ao
companheiro João Antônio Dib, um dos mais assíduos e brilhantes parlamentares
desta Casa, que, hoje, completa mais um ano de vida. Nossa homenagem ao Dib
pela sua atuação como Vereador, como ex-Secretário Municipal, muitas vezes, e
como Prefeito da Cidade e o desejo de que a população o mantenha conosco na
próxima Legislatura.
O SR. PRESIDENTE: Está registrado o
aniversário do Ver. João Dib. Faremos nova verificação de quórum, para
entrarmos na Ordem do Dia.
(É procedida a verificação de quórum.)
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
Convidamos os Srs. Vereadores e demais presentes para uma homenagem
póstuma ao Sr. Antônio Mocelin, pai do Assessor do Ver. Mário Fraga, que foi
sepultado ontem, fazendo um minuto de silêncio.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1576/96 - INDICAÇÃO NO 045/96, de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn, que sugere ao Senhor Governador do Estado/RS que, através da Companhia
Riograndense de Telecomunicações - CRT, seja instalado um telefone público,
“tipo orelhão”, na Escola Estadual de 1o Grau Baltazar de Oliveira
Garcia, localizada na Rua Sílvio Delmar Hollenbach no 69, no Bairro
Jardim Leopoldina.
Parecer
- da 4a
Comissão Representativa. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Indicação no 045/96. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1622/96 - INDICAÇÃO NO 047/96, de autoria do Ver. Elói
Guimarães, que sugere ao Senhor Governador do Estado que, através da Companhia
Riograndense de Telecomunicações - CRT, seja instalado um telefone público,
tipo “orelhão”, junto à Avenida Beira-Rio no 312, no Bairro Belém
Novo.
Parecer
- da 4a
Comissão Representativa. Relator Ver. João Dib: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Indicação no 47/96. (Pausa.) Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
A Mesa apregoa o Of. no 339/96, do Sr. Prefeito Municipal,
solicitando autorização desta Casa, para viajar a Buenos Aires, no próximo dia
05 de agosto do corrente ano, às 11h50min e retornando às 18h15min do dia seguinte, onde
participará das solenidades de posse do novo Prefeito daquela cidade, com ônus
para o Município.
Não há Requerimentos encaminhados à Mesa.
Passamos ao período de
COMUNICAÇÕES
Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol. Ausente. Ver. Mário Fraga. Ausente. O
Ver. Luiz Negrinho está com a palavra.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho em mãos, até imaginei que
fosse um Pedido de Indicação de no 1531/96 de autoria da Vera. Maria
do Rosário, que sugere ao Sr. Governador do Estado, através da CEEE,
implantação de uma rede de iluminação alta e baixa com transformador nos
seguintes locais: (Lê.)
Acontece o seguinte: isso é bom, porque alguns candidatos do Executivo
estão entrando nas vilas e conhecendo o problema, mas há 8 meses eu fiz
exatamente um Pedido de Providências para esses mesmos locais de uma extensão
de água. Esses mesmos 130 m de rede que a Vereadora pede, eu pedi uma extensão
de água. Eu acho que devemos ter coerência nessas propostas de indicação.
Primeiro, vamos atender um, vamos atender o que é mais urgente, a água que o
pessoal não recebe lá em cima. Estão pedindo luz. É oportuno. Naquela oportunidade,
não fiz esse Pedido de Indicação, porque eles me deram como prioridade a água
que não recebem.
O Ver. Luiz Braz colocou uma coisa muito importante, que é o problema
das ruas de recreio. Nós, há 8 meses, também fizemos um Pedido de Providências
em relação à Rua Jaguari, entre a Av. Caí e a Rua Capivari, onde há uma
movimentação nos finais de semana - as crianças brincam, andam de bicicleta - e
eu pedi o contrário do que V. Exa. falou: fechar nos finais de semana, porque
não existe problema em fechar, porque o ônibus faz um outro trajeto, não há
circulação. Quem não conhece, entra à esquerda, ou entra à direita, quando vem
pela Caí e, normalmente, se encontra com o pessoal na rua. Então, fiz um
Pedido, há 8 meses, para que fosse fechada nos finais de semana e em feriados e
não foi atendido, porque eles fazem onde querem e, onde o Vereador pede, não é
atendido.
Estou providenciando um abaixo-assinado com os moradores. Existe no
Morro Santana, um trajeto de rua que se chama Irmão Luiz Paulo. Também pediram
80 metros, não há movimento de carros e foi pavimentada, e o pessoal lá se
reúne nos fins de semana, pois há em frente uma vila e as crianças não têm um
local para brincar. Quem não conhece, entra na rua e se depara com as crianças
brincando na rua.
Eu gostaria que o Líder da Bancada do PT me desse um minuto de atenção,
porque o que vou dizer é um pouco grave. Alguns locais, principalmente, no
comércio, por amizade, as pessoas cedem espaço para fazermos a nossa propaganda
eleitoral. O incrível é que alguns candidatos da Frente Popular têm ameaçado
cassar o alvará se os comerciantes não retirarem a minha propaganda e colocarem
a deles. São vários os candidatos que assim estão agindo, e eu tenho
autorização. Eles pintam o muro do lado oposto. É uma denúncia um pouco grave.
Já mandei providenciar fotos, vídeos e vamos usar isso, porque o comerciante
deve ter liberdade se quisermos ter um país livre e democrático, como a Frente
Popular prega; eles não devem ficar sob pressão. Tenho certeza absoluta de que
nenhum dos Vereadores aqui presentes têm tomado essa atitude. São os novos e
vou provar, Ver. Henrique Fontana, que são os novos que estão fazendo pressão,
inclusive um comerciante disse assim: “Pois bem, se eu não posso ficar com a
dele eu também não vou ficar com a sua e vou apagar os dois”, e me telefonou
dizendo que estava fazendo isso. Eu disse a ele que eu tenho autorização, que
está tudo legalizado e perguntei a ele por que ia apagar. A resposta dele foi:
“Porque ele disse que se eu não pintar o nome dele aqui ao lado, ele vai cassar
meu alvará”. Estão fazendo isso, Ver. João Dib. Estão usando de pressão. Isso
não é democracia.
Fico com pena, inclusive, de um morador da Icaraí - em frente ao
Hipódromo -, que pintou meu nome em seu muro, em frente ao qual colocaram um
monte de entulho tapando a minha propaganda e, ao lado, colocaram a do Raul
Pont. Essa pessoa, que é doente, disse que, se for o caso, vai ter que tirar as
duas propagandas, pois o estão ameaçando de tirar a sua casa, já que ela se
encontra em área de risco. Eu disse que ele fizesse o que considerar melhor,
mas que, se tiver que tirar a minha propaganda, que tire a deles também.
Esse tipo de pressão vou denunciar sempre, porque queremos uma campanha
digna, limpa e democrática. A atitude de alguns candidatos da Frente Popular,
que estão pressionando os comerciantes, não é legal, não é democrática, não é
digna, não é limpa e está sendo muito autoritária. Estamos gravando tudo,
tirando fotografias e vamos denunciar, porque isso não pode continuar acontecendo.
Cito outra pessoa, na Av. Nonoai, que me cedeu um grande paredão, mas
apareceu outro candidato do PT, que mora na região, que pediu para colocar a
sua propaganda ao lado, sob pena de não conceder o alvará. E isso está
acontecendo! Basta olhar nos locais onde há comércio, em que aparece bem grande
a propaganda dos candidatos da Frente Popular. Quem anda na Cidade, vê que isso
está acontecendo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Quero utilizar esse tempo lembrando da minha responsabilidade, como
Presidente da CEFOR da Casa, para lembrar aos Srs. Vereadores que o prazo para
colocar Emendas no Projeto da Lei das Diretrizes Orçamentárias se encerra no
dia 1o. Então, todos aqueles Vereadores que não estão satisfeitos
com o Projeto e que querem fazer alguma alteração, devem encaminhar até o
próximo dia 1o as Emendas. Já estamos enviando algumas.
Estamos trabalhando e conversando com os Srs. Vereadores e acredito que
nem mesmo a Bancada do PT, que é a Bancada governista, vai aprovar a proposta
original com relação às prioridades que foram enviadas para esta Casa, porque
temos, por exemplo, a educação em quarto lugar e saúde em quinto lugar nas
prioridades. Eu acho que, dadas as dificuldades que temos no campo da saúde, e
até mesmo o direcionamento que é dado pela própria Lei Orgânica do Município,
não podemos admitir que, de repente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias vá mudar
completamente as necessidades que temos em Porto Alegre, colocando a educação
em quarto e a saúde em quinto lugar.
Fizemos uma Emenda, Ver. Raul Carrion, restabelecendo aquilo que é mais
necessário para Porto Alegre, pelo menos dentro daquilo que visualizamos. A
saúde tem que estar em primeiro lugar porque acredito que estejamos precisando
de maiores investimentos na saúde, muito embora a LOM já direcione 13% para a
saúde; mas precisamos de recursos para a saúde. O Ver. Henrique Fontana que é
médico, que é militante desse campo, sabe muito bem que não podemos colocar a
saúde em quinto lugar. E nem mesmo a educação. Como é que nós vamos fazer uma
Lei das Diretrizes Orçamentárias colocando na lista de prioridades a educação
em quarto lugar? Sabe o que vem em primeiro lugar, Ver. João Dib? Vêm aquelas
prioridades que são decididas pelos grupos formadores do Orçamento
Participativo e que vão dizer que o pavimento é que é necessário na frente das
suas casas. E esta é a prioridade que está ali no Projeto da Lei das Diretrizes
Orçamentárias. Não sou eu quem está falando isto; está no Projeto que veio para
esta Casa.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Acho que essa história do pavimento está correta.
Acho que tem que mandar a SMOV à escola para aprender como é que se pavimenta a
Cidade. Na 24 de outubro, esquina Mariland, havia três buracos vertendo água,
durante 15 dias. Depois disso eles taparam os buracos. A água trouxe tudo de
volta. Aí eles abriram mais buracos e asfaltaram tudo de novo. Só que depois de
dois dias da colocação, o asfalto cedeu e está vertendo água outra vez. Então,
acho que eles têm que aprender sobre pavimento. V. Exa. está certo e eles estão
certos.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu acredito que, nesta
inversão de prioridades, eu vá, inclusive, conseguir apoio da Bancada Petista.
Mas eu fiz uma Emenda, que tenta corrigir as dotações para esta Casa. A função
da Câmara é fiscalizar o Executivo. Quanto mais fracos nós formos, menos
condições teremos de cumprir a função de fiscalizar. Não é nem a função de
legislar. O Ver. João Dib aparece com uma frase que eu acho muito oportuna de
que “as leis não podem ser feitas aos borbotões”; elas têm que ser de acordo
com as necessidades da Cidade. Mas nós temos que ter nesta Casa todas as armas
necessárias para fazer a fiscalização. E, se nós formos enfraquecendo este
Poder, nós vamos tirando deste Poder as condições de fiscalizar. O que propõe o
Executivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias? Que este Poder tenha, apenas,
3,5% das receitas correntes. Sabem o que significa 3,5% das receitas correntes?
Deve mais ou menos empatar - é claro, e um pouquinho superior - com as verbas
que são destinadas à publicidade. Sabia, Ver. Guilherme Barbosa? Porque o 0,7%
para publicidade é da receita global. Então, se pegarmos os 0,7% da receita
global, o valor vai ficar parecendo com os 3,5% que são destinados para esta
Casa, porque é das receitas correntes que esta Casa pode sobreviver durante um
ano. Então, aí, o que acontece? Esta
Casa se arrasta e não consegue cumprir as suas funções. Por isso, nós estamos
apresentando uma Emenda, e espero que os Vereadores estejam conosco colocando
4%. Mas não 4% das receitas correntes. Eu estou tentando imitar o Executivo
quando ele trata de publicidade, pois estou colocando 4% das receitas globais.
Acredito que vamos começar a ter mais força para cumprir a nossa função, Não
podemos passar quatro anos aqui simplesmente assistindo ao Executivo dinamitar
esta Cidade ou asfaltar esta Cidade sem realizar suas funções primordiais. Esta
Legislatura cometeu este crime. Esta Legislatura não teve força suficiente para
fiscalizar o Executivo e, por isso, ele fez o que bem entendeu com esta Cidade.
Então, nós não temos saúde, pois ela é precária. A educação é precária.
Eu vejo o PT criticar, mas, na verdade, não vejo o PT redirecionar o que eles
têm para investir. Aí eles dizem: “É com o Orçamento Participativo.” E quem é o
Orçamento Participativo? Um pingo de gente. São, apenas, 14 mil pessoas que
participam, ou participaram até agora do Orçamento Participativo e que estão
açoitando o Executivo para que o Executivo possa fazer o que bem entende. Nós
temos, agora, a obrigação de dar para a Legislatura que vem - e não sabemos se
vamos pertencer a ela ou não - as condições necessárias para que eles possam,
os futuros Vereadores, exercerem as funções que este Poder exige, que a
população exige, que a sociedade precisa, que é legislar de maneira correta.
Precisa-se ter uma boa assessoria para se fazer isso, mas também para exercer
essa função que é extremamente importante, que é a função de fiscalizar as
ações do Executivo. Isso nós não conseguimos fazer durante os quatro anos
porque o Executivo procurou fazer com que esta Casa ficasse numa condição
inferiorizada. Foi um massacre econômico. Esta Casa não teve as condições
necessárias para cumprir as suas funções. Infelizmente, não teve. Mas nós não
podemos condenar os futuros legisladores, os Vereadores da próxima Legislatura
a terem o mesmo destino dos Vereadores desta Legislatura que está se encerrando.
Vamos esperar que nesta votação da Lei das Diretrizes Orçamentárias nós
comecemos a fazer as mudanças. É por isso que eu vou lembrar mais uma vez aos
Vereadores: o prazo para colocar Emendas se encerra no próximo dia 1o.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem): Mais
uma vez eu estive na Taquigrafia e soube que, finalmente, estão datilografando
o pronunciamento do Ver. Artur Zanella. Estou entregando à Mesa, na ausência do
Ver. Artur Zanella, o meu pronunciamento por ele solicitado.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V. Exa. que
já foi registrado, e V. Exa. não estava no Plenário para ouvir.
Antes de darmos a palavra ao próximo Vereador na tribuna, gostaríamos
de colocar, já que o Ver. João Dib foi homenageado pelo seu aniversário no dia
de hoje, que este Vereador aprendeu muito nesses seis anos junto com o Ver.
João Dib e, também, com uma pessoa a quem devotamos um grande carinho, um
grande respeito, e com quem muito aprendemos até aqui: o Ver. Lauro Hagemann,
que aniversariou no dia de ontem. Queremos que fique registrado o nosso
carinho, o nosso apreço, a as nossas homenagens ao Ver. Lauro Hagemann.
O Ver. Lauro Hagemann esta com a palavra em Comunicações.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
inicialmente agradeço às manifestações de carinho e apreço dos companheiros e
da Mesa da Casa. Cumprimento o Ver. João Dib pelo seu aniversário, hoje.
O motivo da minha presença na
tribuna, hoje, é o registro do trabalho que a SMOV vem fazendo, no
Centro da Cidade, com relação aos passeios públicos. Quero registrar, com
profundo reconhecimento, que não foi por eu ter feito um Pedido de Providências
diretamente ao Prefeito, ou por ter-me pronunciado da tribuna que essas coisas
estão acontecendo. É que a Cidade estava a exigir que os passeios do Centro
fossem recompostos. O Secretário Estilac Xavier precedeu essa ação que está
sendo desenvolvida, hoje, de um amplo edital de notificação aos proprietários
para que cumprissem o Código de Posturas. Só depois disso foi que a SMOV passou
a acionar os proprietários dos prédios do Centro da Cidade para que recomponham
- a SMOV está agindo de maneira coercitiva - os passeios públicos.
Não preciso dizer a importância que isso tem, porque a Cidade toda
reclamava. Particularmente, nas Ruas Riachuelo, Andradas, Salgado Filho, nas
imediações do Centro e, ainda, em direção ao Gasômetro, os passeios públicos
estavam em péssima situação. Ontem e hoje pela manhã, novamente, passei por ali
e estou vendo a recuperação dos passeios públicos. É inegável que isso tem uma
importância fundamental para o aspecto visual da Cidade e, também, para
segurança dos pedestres. Havia muita gente torcendo os pés nas calçadas
irregulares. Os leitos das ruas estão limpos, transitáveis; os automóveis
circulam com desenvoltura. Mas a parte dos pedestres é que necessitava de
cuidados, e isso, hoje, está sendo feito.
Quero cumprimentar, daqui, o Secretário Estilac Xavier pela obra de
recuperação dos passeios públicos do Centro da Cidade. Quero, também, ressaltar
a colaboração dos moradores da área central que, especialmente numa época de
crise como esta, estão atendendo aos apelos da Prefeitura e da população,
consertando os passeios públicos daquela área história da Cidade, que precisa
ser preservada, precisa ser mantida na correta visão da Prefeitura, desta Casa
e, sobretudo, daqueles que utilizam a área central nas suas caminhadas. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Negrinho): Está
inscrito o Ver. João Verle. Ausente. O Ver. João Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quero congratular-me com a
Presidência da Comissão de Finanças pelo alerta que dá a todos os Vereadores
para a necessidade de um perfeito estudo da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Nesta Casa estou cansado de afirmar que leis não devem ser feitas como
histórias em quadrinhos, em quantidade, para agradar. Lei deve ser clara,
precisa, concisa e respeitada. Não precisamos fazer leis todos os dias, mas há
leis que precisamos estudar profundamente, e uma delas é a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, que dá como conseqüência o Orçamento da Cidade, que é a grande
peça que devemos estudar bem, para conhecê-la em todos os seus detalhes. Não só
eu, mas outros Vereadores já devem ter feito muitas Emendas. Tenho uma Emenda
que diz que o IPTU, na previsão orçamentária, não pode ter um acréscimo maior
do que a inflação. É uma coisa que deve ser bem vista, bem estudada por todos
os Vereadores.
No ano passado já aplicamos 16% sobre a inflação, e o Executivo está
pretendendo, no próximo ano, de novo, colocar outros 16%, mais ou menos. Fiz
uma Emenda, dizendo que os gastos publicitários, que foram desonestamente
feitos este ano, não podem exceder 0,5%. E por que disse desonestamente? Ora, a
previsão de um orçamento se faz por duodécimos e o Executivo Municipal gastou,
e muito, em 6 meses: gastou quase todos os duodécimos para que pudesse promover
a candidatura Raul Pont. Até na NET vi
propaganda do “Cidade Viva”. Foi um horror: de manhã à noite, porque dia 2 de
julho já não poderia mais fazer propaganda, e eles fizeram propaganda, não
informaram o povo. Fizeram propaganda e, muita vezes, mentirosa. Os passeios
públicos, que o nobre Ver. Lauro Hagemann acaba de elogiar, acho que é uma
coisa muito boa, realmente é uma dificuldade que a Prefeitura tem enfrentado ao
longo dos tempos, mas tenho minhas dúvidas da maneira como foi feito.
Estabeleceram uma página inteira nos jornais da Cidade, falando sobre passeios
públicos e sobre prédios que precisavam de vistoria sobre a proteção de
incêndio, onde diziam que na forma do decreto-lei - eu não sabia, pensei que
estava extinto o decreto-lei, só o Prefeito Tarso Fernando é que faz
decreto-lei aqui, ainda - e na outra diziam: conforme a Câmara determina. Não
vi em lugar algum na lei dizendo que todos os passeios tinham que ter basalto
regular, que custa algumas vezes mais que o outro e não dá mais segurança que o
basalto irregular, que dá mais segurança que o regular. Todos os dois dão segurança,
mas o irregular tem mais juntas e diferenças, dá muito mais segurança e, bem
feito, fica muito bonito. De repente, não sei quem vende basalto regular, não
sei. Não sei quem se beneficia com isso.
Mas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o PT é aquele que detesta os
pobres, odeia os ricos, e não sei a quem ama. Nem sei se gostam deles mesmos.
Esta Câmara aprovou por unanimidade um Projeto de Lei de autoria deste
Vereador que modificava o Estatuto do Funcionário Público Municipal. Este
Estatuto, feito na minha administração, com os servidores municipais - não foi
escondido de ninguém - e com a Câmara, debatido ao longo dos meses em reuniões
na Prefeitura, fora da Prefeitura, foi o Estatuto que instituiu na Prefeitura o
13o salário. Lá está escrito que a Prefeitura pode pagar 50% do 13o
salário a partir do mês de julho. A Emenda que nós fizemos ao Orçamento, já que
eles pretextavam tantas dificuldades, é que poderia pagar de 30 a 50%. Foi
aprovado por unanimidade nesta Casa. S. Exa., o Prefeito do Partido dos
Trabalhadores, que detesta os trabalhadores, não sancionou a lei. Foi
promulgada pelo Presidente da Casa. Isso mostra o carinho que o Prefeito desta
Cidade, do Partido dos Trabalhadores, tem com os trabalhadores.
Esse mesmo Prefeito mandou para esta Casa um Projeto de Lei para que o
dinheiro do DMAE, porque só o DMAE tem dinheiro, e o dinheiro da Prefeitura
fossem juntados para fazer aplicações financeiras. É horrível um prefeito do
Partido dos Trabalhadores detestar os seus trabalhadores.
Por acaso não sabe o Prefeito que os trabalhadores da Prefeitura, quase
todos que recebem no banco, têm cheque-forte e estão endividados no banco? Com
essa ajuda de 30% a 50% terminariam as dívidas desses trabalhadores da
Prefeitura. E o Prefeito, que tem, no mínimo 50 milhões em caixa aplicados no
sistema financeiro, quer aplicar mais dinheiro no sistema financeiro. Talvez
para ganhar 1,5% ao mês, enquanto os seus servidores, os servidores da
Prefeitura pagam, 9%, 10%, 11%, 12% ao mês, porque o salário é mísero, o salário
é vergonhoso para uma Prefeitura que tem tanto dinheiro, que pode gastar 4
milhões de reais, em um semestre, de publicidade. Mas não pode dar aos seus
servidores o 13o que lhes é devido. Se a Prefeitura não tivesse
dinheiro, eu tenho absoluta convicção de que os servidores da Prefeitura
diriam: “Prefeito, por favor, não dê o nosso dinheiro, porque nós queremos que
a Prefeitura vá bem”. Eu conheço os trabalhadores da Prefeitura, mas o Prefeito
quer botar mais dinheiro no banco e quer aprovar um Projeto de Lei aqui para
juntar mais dinheiro, ainda, para explorar mais o serviço bancário e não para
ajudar os seus servidores.
No ano passado, eu fui ao gabinete do Prefeito e disse a ele que os
servidores da Prefeitura estão pagando até 45% de juros ao mês, e aqui na
frente da Prefeitura, naquela banca de revista, faz-se empréstimo a 20%, 25%.
Ele disse que não podia ser, mas dois dias depois ele comunicou que realmente
era verdade, porque só o motorista dele, que havia sido assassinado, devia
empréstimos a 45%. Onde está o coração, está a alma. Onde está o carinho de
alguém que tem muito dinheiro entesourado e deixa os seus servidores pagarem
9%, 10%, 11% para que ele possa receber 1% ou 1,5% ao mês?
Esse é o Partido dos Trabalhadores; aquele que odeia os ricos e detesta
os pobres. Não sei a quem eles amam, se é que sabem o que é amar. Acredito que
não saibam. Só têm ressentimentos contra tudo e contra todos, parece-me. É
chegada a hora de o Prefeito pensar um pouco nos servidores que estão mal de
vida, enquanto os cofres da Prefeitura estão cheios de dinheiro. Tão cheios que
ele está preocupado em buscar mais rendimento para esse dinheiro.
Prefeito Tarso Fernando Genro lembre-se dos seus servidores, o Senhor é
responsável por eles. O Senhor tem que ver que eles não devem e não podem pagar
9%, 10%, 11% de juros ao mês pelo cheque-forte. Se o Senhor desse a eles o 13o
salário em julho, eles saldariam os seus débitos no banco e começariam vida
nova. Deixe de odiar os seus servidores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está
com a palavra. Ausente. O Ver. Henrique Fontana está com a palavra em
Comunicações
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e demais presentes, de fato, o Ver. Dilamar Machado fez uma
brincadeira quando eu vim à tribuna, dizendo que: “que trabalheira para
responder a tudo isto!” Não é uma trabalheira, Ver. Dilamar Machado, eu fico é
refletindo sobre tudo aquilo que foi dito, porque depois de passar uma hora e
meia na nossa Sessão, alguma pessoa desavisada ou alguém como eu, poderia
refletir que não deve haver pior administração pública no planeta do que a
Administração de Porto Alegre.
A contundência das críticas e o volume destas, a forma como foi
analisada, aqui, a gestão pública do Município de Porto Alegre, levaria
qualquer pessoa a acreditar que esta deve ser a pior administração pública do
planeta. É óbvio que, quando nós fechamos o raciocínio de que estamos a dois
meses de uma eleição, fica mais fácil entender porque é que a nossa
administração é atacada desta forma. Não estamos aqui, nesta tribuna, para
dizer que tudo aquilo que é feito na Administração de Porto Alegre é correto,
nem para dizer à Cidade de Porto Alegre que resolvemos todos os problemas, que
são muitos, e sim para dizer que, em nenhuma hipótese, a população de Porto
Alegre está errada e talvez os Vereadores que me antecederam estão certos.
Há uma dessintonia tão grande entre a forma que os Vereadores que me
antecederam avaliam as ações da administração popular e aquilo que ouvimos nas
ruas da população de Porto Alegre, que alguma coisa muito séria está errada; ou
há de um lado uma irresponsabilidade muito grande de Vereadores que fazem da
crítica fácil um argumento demagógico em véspera de eleições ou, de outro lado,
que eu não acredito, a população de Porto Alegre estaria completamente cega,
não enxergando na sua vida concreta as mudanças profundas e positivas que
aconteceram na Cidade de Porto Alegre nos últimos 7 anos e meio.
É preciso, e esse é o meu apelo neste Plenário, o meu apelo ao Ver.
Luiz Braz, que foi um dos Vereadores que colocou críticas nesta tribuna, que se
busque mais responsabilidade política nas críticas. Vou dar dois exemplos que
me deixaram atônito sobre os dados que o Ver. Luiz Braz trouxe à tribuna.
Primeiro, e me preocupa porque ele é o Presidente da Comissão de Finanças e
Orçamento da Casa, ele diz, desta tribuna, que os gastos com publicidade da
Administração de Porto Alegre são superiores aos recursos disponíveis ao Poder
Legislativo Municipal. Vereador, no Orçamento de 1996, a Câmara de Porto Alegre
recebeu recursos da ordem de 3,58%, que são 12 milhões 884 mil,
aproximadamente; a publicidade da Prefeitura, que é de 0,7%, trabalhou com
recursos da ordem de dois milhões e meio de reais. Não se pode vir à tribuna
dizer para a opinião pública de Porto Alegre que os recursos disponíveis para a
publicidade da Prefeitura são superiores aos recursos do Poder Legislativo do
Município. Estamos brincando com a opinião pública, precisamos de mais seriedade
nos argumentos, senão trata-se de uma manipulação constante de onde está a
verdade e onde está a mentira; a população está cansada disso, de muitas
manipulações de números, que aparecem numa determinada envergadura e após não
se justificam as acusações.
Dirijo-me ao Ver. João Dib, que insinuou, aqui, que nas negociações em
torno do Parque Leopoldina poderia haver interesses escusos em algumas
Comissões; ele faz algumas acusações que não se comprovam, mas que induzem a
opinião pública a raciocinar que pode haver interesses escusos. Será que os
Vereadores que estão na Casa receberam alguma comissão para votar o Projeto que
autorizou aquele financiamento? Esta é uma reflexão que deve ser tomada. Esta
lei foi votada dentro da Câmara; se eu viesse à tribuna fazer ilações de que os
Vereadores que votaram unanimemente a favor da lei que autorizou o
financiamento do Jardim Leopoldina e a negociação financeira feita em torno
desta questão, quem sabe receberam comissões? Não se pode fazer acusações desse
estilo; ou se tem provas, ou não se pode fazer insinuações nesse estilo.
Digo ao Ver. Luiz Negrinho que se existe alguém utilizando a força do
Poder Público, ou do Município, aparelhando a Administração Municipal para
intimidar comerciante, para pintar muros, paredes, que ele não faça acusações
genéricas, que venha dizer o nome do candidato a Vereador que está intimidando
os comerciantes desta Cidade e vinculando propaganda política a uma liberação
de alvará, porque eu serei o primeiro, como Líder da Bancada do PT, a
acompanhar e esclarecer essa denúncia. Não se pode colocar na opinião pública a
idéia de que existem coisas ilícitas, não sei bem quem é, não sei bem onde, não
sei como é. Essa atitude fica muito mal em véspera de eleição, não se pode
fazer isso.
Há uma outra questão que o Ver. Luiz Braz tem colocado e hoje,
inclusive, foi publicado nos jornais. Não sei se é um erro de análise do
Vereador, por desconhecer questão a respeito do Orçamento, ou se ele está,
novamente, tentando manipular a opinião pública para distorcer o fato. Ele fala
a respeito dos recursos disponíveis para a saúde, dizendo que Porto Alegre está
muito mal nessa área, porque colocada na LDO como quinta prioridade. Ver. Luiz
Braz, existem investimentos e um Orçamento. O mais importante na área da saúde
são os gastos totais em saúde, porque o mais fácil é fazer aquilo que muitos
administradores demagógicos fizeram, de construir, eventualmente, um posto de
saúde e um ano depois não ter médicos, enfermeiros, medicamentos, ou seja, não
haver recursos para o custeio e a manutenção do funcionamento daquele
equipamento de saúde. Investir de forma, às vezes, demagógica e irresponsável,
na construção de uma unidade de saúde é fácil, mas o caro e difícil é manter
aquela unidade de saúde funcionando para atender a população.
Digo isso ao Ver. Luiz Braz para que ele não distorça os fatos perante
a opinião pública. Na política de investimentos e de gastos totais em saúde
desta atual Administração, nós gastamos e destinamos treze por cento do
Orçamento Municipal para a área de saúde.
Existem pessoas que não cumprem a Lei; por exemplo, o Presidente da
República não a cumpre.
Ver. Luiz Braz, no momento, não posso lhe conceder a palavra, porque
ouvi cinco Vereadores que dirigiram ataques violentos contra a Administração, e
tenho pouco tempo para fazer a análise de tudo o que foi dito, como bem colocou
o Ver. Dilamar Machado.
Voltando à questão da saúde, são muito poucos os municípios neste País,
Ver. Luiz Braz, que destinam treze por cento do seu orçamento para a área da
saúde, e essa é uma conquista de Porto Alegre, que ampliou , e muito, o seu
serviço de saúde.
Talvez o Ver. não saiba que 50%
foi o aumento dos servidores à disposição de equipamentos de saúde do
Município. Foram abertos novos postos de saúde no Município, como a unidade de
saúde Bom Jesus - a população de
Porto Alegre conhece -, por isso ela valoriza a Administração Popular,
porque ela não está falando de promessas, mas, sim, que ela vive no seu
dia-a-dia. Por isso ela avalia positivamente este Governo; por isso, Ver. Luiz
Braz, mesmo que V. Exa. leve informações equivocadas, talvez, por
desconhecimento, talvez, por uma manipulação de dados, a população de Porto
Alegre sabe que a saúde é uma prioridade deste Governo, que sabe que os
equipamentos de saúde receberam melhorias muito importantes, ao longo desses
sete anos e meio, e que a saúde em Porto Alegre é tratada como em muito poucos
municípios deste País. Faço um desafio a V. Exa., que pegue todos os Prefeitos
do PTB, neste País inteiro, e mostre quantos investem 13% do Orçamento
Municipal na área de saúde. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver.
Guilherme Barbosa. Ausente. O seguinte é o Ver. Fernando Záchia. Ausente. O
Ver. Edi Morelli está inscrito; solicitamos ao Ver. Dilamar Machado que assuma
a Presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Dilamar
Machado): O
Ver. Edi Morelli está com a palavra em Comunicações.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, estou ouvindo as denúncias; é evidente que o Líder da Bancada
Governista tem que vir defender o Governo. Faço uma colocação no que diz
respeito ao que dizem na tribuna, ao que dizem no palanque e ao que faz a
Frente Popular. Estou lutando desde o ano passado com os redutores de velocidade
na Av. Nilo Wolf. Comprometeram-se comigo os Líderes da Bancada do PT,
Vice-Líder da Bancada do PT, Secretário da Fazenda, Secretário do Governo,
Prefeito, todos se comprometeram, e a obra está lá até agora inacabada. Vão
fazer - e eu vou repetir nesta tribuna - como fizeram no Projeto que obriga os
motéis e similares a distribuir preservativos gratuitamente. Levaram 6 anos
para regulamentar a Lei e, depois, ficam com os louros da vitória. É coisa
deles, do PT. O Projeto de Renda Familiar foi aprovado nesta Casa e o PT
transformou o Projeto de Renda Familiar, de minha autoria, no Projeto Sinal
Verde. Quer dizer, dá uma configuração diferente. Este é o PT! A tonelada de
reais que é despejada na mídia, eles escondem e dizem as inverdades.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Edi Morelli, eu digo a V. Exa. que 0,7% do
Orçamento da Cidade representa mais ou menos cerca de quatro milhões de reais.
É o que o PT gasta em publicidade. Se V. Exa. comparar com um poder, como é a
Câmara Municipal, que deveria ser um poder, mas não está sendo um poder, se nós
compararmos que a Câmara gasta mais ou menos 12 milhões, nós vamos ver que a
Câmara gasta só três vezes mais do que o PT faz em publicidade durante um ano.
Eu acho que isso é uma aberração, que o Líder do PT não quer admitir e diz que
nós distorcemos dados. Não, nós não distorcemos dados, quem distorce são eles,
na televisão e no rádio, despejando dinheiro público, porque aquele dinheiro
não é do Ver. Henrique Fontana, do Tarso Genro, é dinheiro público, que
despejam na televisão para contar um monte de mentiras para a população. Com
isso, sim, é que o Ver. Henrique Fontana deveria se preocupar.
O SR. EDI MORELLI: Foi o que eu coloquei aqui.
Na semana passada, a SMOV compareceu na Estação Rodoviária com uma
retroescavadeira para derrubar uma cabine dos taxistas, que há ali, com tijolo à vista, que não atrapalha em nada,
nem os transeuntes e nem o trânsito. Mas a SMOV foi lá para por abaixo, só que
não tinha autorização. O Projeto está protocolado há vários anos e tramitando
dentro da SMOV. No que diz respeito ao que o Ver. Henrique Fontana colocou
aqui, que as acusações do Ver. João Dib sobre a compra do Leopoldina 2, que
esta Casa aprovou, e que alguns Vereadores foram comissionados para aprovar,
não. É atropelo o que o PT faz aqui, que estou cansado de dizer desta tribuna,
que Vereadores vêm combater a manipulação do Orçamento Participativo na Cidade,
e esquecem que são manipulados. Há Vereadores manipulados aqui. É por isso que
foi aprovado aquele Projeto da compra do Leopoldina 2. Não é que algum Vereador
tenha sido comissionado. Eu não acredito. Mas é o atropelo que o PT faz quando
quer aprovar um projeto seu. Quanto à colocação que V. Exa. fez das denúncias
do Ver. Luiz Negrinho, concordo com V Exa.: é uma denúncia grave e não pode ser
jogada no ar a semente. Acho que o Ver. Luiz Negrinho, que infelizmente não
está no Plenário, mas deve estar ouvindo do seu gabinete, deve vir a esta
tribuna na Sessão de amanhã e dizer que a denúncia que fez foi contra “fulano”,
“sicrano”e “beltrano”, para que, não só o PT tome providências, como também os
demais.
Vou levantar agora uma questão, Ver. João Dib, como engenheiro: naquela
lomba da Tristeza, no sentido centro-bairro, há o mesmo defeito que tinha na
Cavalhada. A curva para a esquerda joga os veículos para a direita. Ao invés de
estabilizar o veículo, quando faz a curva para a direita, joga o veículo para
fora da pista porque ela tem caída para a direita e a curva é para a esquerda; ela é desnivelada. Estou trazendo hoje
essa questão, nesta tribuna, e vou provar aos Srs. Vereadores, aos técnicos,
aos engenheiros da SMT, a denúncia que estou fazendo, através de fotos, de
declarações e também de número de acidentes e mortes ocorridas naquele local.
Estou munido de toda esta documentação, esperando que acabe o recesso para que
tenha mais eco a nossa denúncia e na hora oportuna, eu trarei ao Plenário.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu vou fazer um desafio ao Ver. Henrique Fontana.
Gosto dele, acho um bom Vereador, mas faço um desafio a ele, para que consiga
para esta Casa algo que esta Casa não conseguiu até hoje, durante todo este
tempo, que é trazer para esta Casa os dados de quanto que o PT gasta com
publicidade durante todo o ano. Por mais pedidos que se faça ao Executivo, não
se consegue os gastos detalhados com publicidade. Faço um desafio para que a
gente não jogue mais dados aleatoriamente, sem ter um conhecimento completo.
Que o Ver. Henrique Fontana possa trazer para esta Casa estes dados.
O Sr. Henrique Fontana: V. Exa. permite um aparte.
(Assentimento do orador.) Sugiro ao Presidente da Comissão de Finanças que faça
um estudo em cima da execução orçamentária do ano passado, que está pronto.
O SR. EDI MORELLI: Eu só quero dizer, Ver. Luiz
Braz, que V. Exa. fez com que eu perdesse alguns minutos preciosos: este apelo
de V. Exa. vai ficar vagando no espaço, porque nós não vamos ter resposta. São
seis anos nesta Casa que eu discuto sempre a mesma coisa e sempre a mesma
resposta, ou seja, nenhuma. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Em razão das declarações do nobre Ver. Henrique Fontana, estou
solicitando que a Comissão de Justiça analise o art. 164 da Lei Orgânica, § 2o,
que diz que “o montante das despesas com saúde não será inferior a 13% das
despesas globais do orçamento anual do Município, excluídas do cálculo as
transferências da União e do Estado referentes ao Sistema Único de Saúde”. E
que também faça a análise, Sr. Presidente, do art. 183 que diz que “o Município
nunca aplicará menos do que 30% da receita resultante de impostos, nela
compreendidas as provenientes de transferências da União e do Estado, na
manutenção e desenvolvimento do ensino público municipal”. Faço essa
solicitação, Sr. Presidente, porque entendo que o art. 164, § 2o, se
refere às despesas globais do Município, que compreende a Centralizada e suas
autarquias.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa aceita o Requerimento
verbal de V. Exa., mas solicita que, dada a relevância do assunto, reitere seu
Requerimento por escrito.
O SR. JOÃO DIB: Farei isso, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Vereador. O Ver.
Dilamar Machado está com a palavra em Comunicações.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é natural
que, no período pré-eleitoral, os embates entre os Vereadores de oposição e os
do Partido do Governo aconteçam, nesta Casa, com mais intensidade. Também é
natural que respeitemos aquilo que se chama “democracia”. Todos nós lutamos, de
alguma forma, pela preservação do regime democrático e pelo direito da
população de escolher, às vezes, umas antas para dirigir seus municípios e, às
vezes, pessoas efetivamente competentes. É que os eleitos - tanto os Vereadores
como os Prefeitos - são o resultado do caldo social. A população examina, olha,
é cooptada, de uma forma ou de outra, e decide. Muitas vezes escolhe muito mal,
e esse é um arrependimento muito amargo porque quatro anos se passam até que a
população possa retirar da sua frente aquela facção política escolhida para
dirigi-la. Eu teria uma conferência para analisar os engodos, os enganos a que
está submetida a população de Porto Alegre com relação à autodenominada
Administração Popular. Particularmente, na questão da publicidade, onde, pelo
menos em tese, entendo alguma coisa.
Eu gostaria de deixar, para os Anais da Câmara Municipal, o que já fiz,
venho fazendo há algum tempo, durante as administrações sucessivas do Partido
dos Trabalhadores, uma sugestão de efetivo trabalho da administração do
Município, porque tenho responsabilidade, como Vereador, tão grande como a do
Prefeito Tarso Genro, tão grande quanto a que teve o Ex-Prefeito Olívio Dutra,
tão grande quanto a que terá o futuro prefeito a ser eleito, se a população me
reconduzir a esta Casa, porque os Vereadores não são eleitos para fazer
discurso, bater palmas ou bater no Prefeito, mas para ajudar a governar a
Cidade de Porto Alegre.
Registro mais uma sugestão à Administração Popular, esperando que desta
vez, se aceita a sugestão, alguém lá do quinto escalão - o Prefeito não, porque
é de uma arrogância amazônica, ele representa a propriedade definitiva da
verdade e do talento humano, o que aliás é uma característica do Partido dos
Trabalhadores - se desenvolvido o projeto, algum CC diga que foi um Vereador
que sugeriu isso.
Na Cidade de Nova Iorque, a exemplo do que ocorreu em Porto Alegre,
existia um bairro que era o que é hoje a zona de Navegantes, uma zona
integralmente esclerosada por uma única razão: era uma região de depósitos de
carga seca, caminhões, máquinas, tratores, empilhadeiras, até que foi criado em
Porto Alegre o chamado Porto Seco. Com o advento do Porto Seco foram
transferidas essas grandes transportadoras de cargas para o Porto Seco, que é
uma obra importante, foi feita ao longo de várias administrações, está tendo
seqüência. Aquela região, que inclui as ruas citadas: Cairu, D. Margarida e
outras, é hoje, uma região praticamente morta, com grandes depósitos vazios,
que praticamente não têm utilidade.
Enquanto aquela região está morta, esclerosada, escura, inútil, temos
proliferando na Cidade os chamados barzinhos noturnos, que de barzinho não têm
nada.
Vou dar um exemplo de barzinho noturno para algum boêmio aqui presente,
ou rapazes que dormem tarde: “Lei Seca”. Localização do barzinho noturno “Lei
Seca”: Cel. Bordini, 455. Está integrado a um conjunto de uma das ruas mais
históricas e tradicionais e residenciais da Cidade. Não tem garagem, obviamente
não tem sanitário externo, não tem estacionamento e transformou a vida dos
moradores da Cel. Bordini numa tragédia diária, porque o barzinho noturno de
Porto Alegre não é como os “pubs”; o Ver. Henrique Fontana conheceu; não foi em
Londres que V. Exa. esteve estudando? Bem, na Inglaterra, onde às dez da noite
já estão fechados. Aqui não. Aqui começa às onze, onze e meia. Até há um convite que diz que quem chegar
até a meia-noite não paga consumação. É a partir dali, centenas de pessoas
chegam de automóvel, estacionam em fila dupla, tripla, urinam nas calçadas, no
interior dos prédios, fazem amor nos canteiros dos prédios residenciais. Criam
uma situação de absoluto constrangimento.
Estou dando o exemplo do “Lei Seca” que não tem a mínima segurança.
Abriga em porões, subsolo, cerca de 500 jovens que estão procurando lazer,
divertimento. É uma discoteca. Não há vazamento de som, a SMAM já constatou. Há
é uma esculhambação externa. Se um dia ocorrer um princípio de incêndio nesse
lugar morrem dezenas de jovens estupidamente, porque só tem uma porta de entrada
e uma porta de saída.
Estou dando o “Lei Seca” como exemplo entre dezenas de ruas
residenciais de Porto Alegre que estão hoje vivendo esse drama, porque tem
alvará para funcionar como bar e restaurante, em nome de outra pessoa; tem
alvará, mas não é alvará para discoteca.
Por que não estudarmos, Câmara e Prefeitura, Ver. Henrique Fontana a
utilização do bairro Navegantes para fazermos um bairro como o Soho de Nova
Iorque, que era um bairro desse mesmo tipo e que hoje reúne as grandes galerias
de arte, discotecas, restaurantes típicos, estacionamentos, segurança,
iluminação e recursos, impostos a serem arrecadados para o Município?
Transformar aquela zona morta em zona viva para que se possa dar segurança aos
nossos jovens, filhos, sobrinhos, amigos, para que possamos ter vida na Cidade
de Porto Alegre? Essa é a sugestão que trago a V. Exa., inclusive, aproveitando
um terreno que é da União e que hoje está sendo usado por uma empresa de ônibus
para fazer estacionamento na Av. Voluntários da Pátria, onde poderia, se
houvesse vontade política da Prefeitura, estar sendo instalado, em breve, a
Pista de Eventos de Porto Alegre.
O Sr. Artur Zanella: V Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ontem à noite V. Exa. me deu a honra de ouvir um
debate em que eu participava, na TV Pampa, e o Sr. Secretário dizia que estava
propondo a miscigenação urbana em Porto Alegre, que é uma mistura de uma série
de coisas em um mesmo bairro. Eu disse que essa miscigenação talvez trouxesse
um “Bar Opinião” no meio de uma zona residencial, como é o caso que V. Exa.
está falando. Esse é um dos pontos que temos que cuidar no Plano Diretor,
porque isso vai ser incluído no Plano Diretor como incentivo.
O SR. DILAMAR MACHADO: Agradeço a V. Exa. Está
exatamente dentro do espírito da manifestação que faço. Não sou contra as casas
noturnas, pelo contrário, acho que devem existir, mas por que não regulá-las de
uma forma coletiva, organizada, que venha a dotar Porto Alegre de um bairro
boêmio? Seria um ponto de atração turística, como é a “La Boca”, em Buenos
Aires. Existem bairros nas grandes cidades que são atrações turísticas: o
bairro de Pigalle, em Paris, Greenwich Village, em Londres, Soho, em Nova
Iorque, que é exatamente o retrato do Bairro da Zona Norte da Cidade de Porto
alegre.
Quero dizer aos companheiros Vereadores que estou, com a ajuda de
alguns amigos arquitetos, não contratados como assessores, mas como amigos,
elaborando um projeto que pode ser para acrescentar uma alteração no Plano
Diretor, ou uma lei particular, específica, no sentido de criar um bairro
boêmio em Porto Alegre, Ver. Edi Morelli. E, se criado, eu desde já, convido V.
Exa. como um dos últimos boêmios desta Cidade, para o ato inaugural. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo orador é o Ver.
Clovis Ilgenfritz. Ausente. O Ver. Artur Zanella está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, volto, mais uma vez, a tratar do Plano Diretor, porque ontem
tivemos um debate com o Dr. Burmeister e o Dr. Rômulo Krafka, que é da
Universidade Federal - o Ver. Henrique Fontana se retira neste momento, mas eu
vou enviar a ele a cópia do meu discurso, pois talvez ele o leia, já que não me
escuta - e chegou-se à conclusão de que aquele Plano Diretor virá para cá, Ver.
Luiz Braz, no final de julho ou em meados de agosto, ou no final de agosto.
Vamos ter, efetivamente, quatro ou cinco meses para analisar um projeto que a
Prefeitura levou três anos para elaborar, trazendo arquitetos da Espanha,
Argentina, do Peru parece que veio um também, e nós vamos analisar em quatro ou
cinco meses na esperança de que passem coisas do tipo miscigenação, essa que
nada mais é do que a bagunça institucionalizada nos bairros residenciais de
Porto Alegre.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, se for igual àquela promessa que o Dr.
Tarso Fernando fez ali, naquela poltrona, no ano passado, de que mandaria o
Plano de Carreira dos municipários até 15 de maio do ano passado, eu acho que nós
vamos receber depois do fim do ano.
O SR. ARTUR ZANELLA: O Dr. Burmeister, a quem eu
admiro muito, em determinado momento, inclusive, chegou a negar um projeto do
cais do porto que levava aquelas linhas de ônibus para lá. Eu sou favorável a
que se tire aquela quantidade exagerada de ônibus da Salgado Filho, mas jogar o
pessoal da Restinga lá no porto, para ficar mais 10 ou l5 minutos no ônibus,
para a empresa ter que comprar mais carros, acho que não é a solução.
Infelizmente, existe a situação. Mas não se pode resolver a situação de uns
prejudicando os outros. O pessoal já leva mais de uma hora; aí vai levar quase
uma hora e meia.
Mas o importante é a questão do Plano Diretor e o apresentador, Sr.
Raul Moreau e o Dr. Rômulo Krafka insistiram muito na tese de que seria uma
temeridade a votação em tempo tão pequeno, sem esse tipo de assessoramento. O
Ver. Dilamar Machado tem arquitetos amigos dele que trabalham de graça para
ele. Eu não tenho. O Ver. João Dib tem amigos, pessoas que trabalharam com ele e
o assessoram. Então, uma vírgula, uma frase mal colocada altera tudo. Eu cito,
como exemplo, o terreno quase ao lado da minha casa. Foi feito um acerto com a
Prefeitura Municipal, em que os moradores abriam mão do terreno para a escola,
desde que fossem residências unifamiliares e não edifícios. O projeto veio para
esta Casa dividido em lotes. Só que não estava escrito que eram unifamiliares.
Duas empresas compraram os lotes; uma comprou 60% e a outra 40% dos lotes.
Fizeram um acerto entre elas: um edifício de 8 a 10 andares, compraram o índice
e foi para 12, 13 andares e isso passou na minha presença; eu estava na reunião
em que foi feito o acerto; quem levou o Prefeito, o Dr. Collares, lá fui eu;
passou o Projeto aqui e ninguém viu esta parte, nem eu. Então, temos que cuidar
isso aí. Por exemplo, eu pedi que o Dr. Burmeister me desse uma média e ele foi
bem prático. “Tem um prédio que hoje pode ser construído, de dez andares, no
local. Se houver condições arquitetônicas, para quantos andares poderá ir esse prédio?”
Ele respondeu: “Não, não é muito, quinze andares.” Dez andares para quinze? São
50% de aumento e se houver algum inciso, algum parágrafo ali, dizendo que pode
usar o solo criado, não vai para quinze, vai para dezenove, quase dobra. Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos que cuidar muito bem essa questão.
Eu fui um dos apologistas do solo criado; hoje, não sou mais. Acho que
tem problemas. Uma pessoa compra um terreno e imagina que vai ter, na
vizinhança, um prédio de altura “X”, só que depois não é, e quem não comprou
índice, quer dizer, fez um prédio a um certo tempo, ele vai ter um prejuízo
evidente naquilo ali. Outra coisa são as famosas reservas, e eu citei, Ver.
Luiz Braz, só um exemplo, exemplos antigos para não criar problemas e constrangimentos.
Aqui na Rua Duque de Caxias estava previsto, por longos e longos anos, um
túnel, um viaduto e naqueles terrenos não se podia construir, não se podia
reformar, para reformar tinha que pedir autorização da Prefeitura. Então, o
valor daquele terreno era praticamente zero, era um valor que iria sair de uma
desapropriação sabe-se lá de que jeito. Só que não saiu. Portanto, se alguém
vendeu por um valor baixo e depois saiu um túnel, teve um prejuízo muito
grande. Quem comprou por um valor baixo e depois tiraram o túnel, é um ganho
muito grande.
Esta questão dos prédios tombados. A Prefeitura tomba um prédio como
patrimônio histórico, só que não paga a ninguém, então o proprietário, além de
não poder fazer reforma, não pode vender, porque não tem valor. O próprio GBOEX
tem, ali, um centro cultural, não consegue fazer a reforma, aquilo vai cair
qualquer dia, na Rua Riachuelo. Isso é feito sem pagamento de indenizações e
vai terminar tudo na Justiça. Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o que eu
quero dizer é que esse Plano Diretor tem que vir logo. Ele vinha no final do
ano passado, depois vinha no início, depois veio metade. Há empresas ainda
fazendo estudos e projetos. Veio uma parte, vai vir outra, não sei quando, e
nós estamos sendo embretados no final de ano. Foi feita uma pesquisa interativa
em que se perguntava aos telespectadores se a Câmara deveria, ou não, votar em
cinco meses o que a Prefeitura levou três anos para elaborar. O resultado foi
elucidativo: 86% dos telespectadores diziam que não tinha que votar; 14% dizia
que tinha que votar.
Qualquer dia nós vamos levar a culpa do atraso do Plano Diretor, da sua
má redação, do seu mistério, porque eu duvido que alguma pessoa em Porto
Alegre, fora dez, quinze, vinte técnicos, saibam o que está ocorrendo lá. Teve
uma pesquisa, ontem, que dizia que 32% das pessoas conheciam o Plano Diretor.
Eu disse que conheciam o título do Plano Diretor e as linhas gerais. Eu
continuo desafiando aqui quem possa me informar. Já perguntei para dezenas de
pessoas que estão pedindo informações, agora eu quero saber quantas resoluções
interpretativas o Conselho Municipal do Plano Diretor fez até hoje, porque isso
é ao arrepio da Lei. Eles interpretam a lei, eles não são o Tribunal, não são a
Procuradoria-Geral do Município, mas interpretam a lei e fazem uma resolução
interpretativa, e todas as pessoas extremamente corretas, bem-intencionadas,
honestas, mas não são juristas! Agora vêm onze representantes da comunidade.
Quem serão esses onze? O IAB será um. Quem serão os outros? Nós temos que
decidir isso aqui. Vai vir um pacote de lá pronto, formado, embrulhado, atado,
e que nós vamos ter que desatar, neste Plenário. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é
o Ver. Antonio Hohlfeldt. Ausente. O Ver. Airto Ferronato está
inscrito. Ausente. Não há mais Vereadores inscritos.
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Reunião às 11h38min.)
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